O ministro da Secretaria-Geral da Presidênciada República, Gilberto Carvalho, disse hoje (8) que muitos assentamentos foramcriados no país sem que os agricultores familiares tivessem condições de sedesenvolver. Segundo ele, a redução no número de assentados no governo dapresidenta Dilma Rousseff – que cria uma tensão com os movimentos dostrabalhadores rurais – é resultado de uma reflexão sobre como tornar a reformaagrária sustentável.
“Não adianta a gente cometer airresponsabilidade de distribuir muita terra e não permitir que o agricultorencontre na terra uma maneira de sobreviver. No Brasil, há muitos assentamentosque se transformaram quase em favelas rurais”, disse Carvalho durante oprograma Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social daPresidência da República, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação(EBC).
De acordo com ele, essaconsequência acendeu um sinal de alerta para o governo. “Foi com essapreocupação que a presidenta Dilma fez uma espécie de freio do processo pararepensar essa questão da reforma agrária e, a partir daí, tomarmos um cuidadomuito especial sobre o tipo de assentamento.”
Segundo Carvalho, o ProgramaTerra Forte, lançado no início da semana pela presidenta em Arapongas (PR) éresultado da reflexão e da decisão política de tornar os assentamentos umareferência positiva. O programa investirá R$ 600 milhões em projetos deagroindústria para assentamentos da reforma agrária. “Não queremosassentamentos dependentes do Incra [Instituto Nacional de Reforma Agrária], nãoqueremos assentamentos que sejam apenas uma forma de enganar as pessoas dando aelas uma esperança que depois não se concretiza.”
O ministro disse ainda que o Incra,responsável pela reforma agrária, passa por um processo de reestruturação,assim como os órgãos de assistência técnica rural. O objetivo é que osprodutores recebam acompanhamento adequado, e o governo possa fiscalizarefetivamente o andamento da reforma agrária nesse novo molde. “Tivemos de fatoum processo em que o Incra foi depredado, foi desmontado em gestõesanteriores”, destacou ele a respeito do trabalho para recuperar o instituto.
Fonte: Agência Brasil