Para quem ainda não entendeu que o preço recebido pelo frango édecorrência principal e quase exclusiva do volume ofertado e não do aumento docusto de produção, do resultado das exportações ou de qualquer outro fator, ográfico abaixo deve ser bastante esclarecedor. Ele mostra, para um período de18 meses (julho de 2011 a dezembro de 2012), a evolução da oferta interna dacarne de frango e o preço alcançado pelo frango abatido resfriado no grandeatacado da cidade de São Paulo.
A conclusão, embora óbvia, é neste caso indiscutível: salvo algumararíssima exceção, sempre que aumenta a oferta interna, o preço cai; ou,vice-versa, o preço sobe concomitantemente a uma redução na oferta.
O que pode mudar é a proporção na variação entre um e outro indicador.É quando outros fatores interferem na ascensão ou decréscimo do preço. Mas ainfluência maior continua sendo do nível de oferta.
Naturalmente, também o nível das exportações determina maior ou menoroferta interna do produto. Mas como o volume exportado representa menos de umterço da produção total, suas variações mensais acabam tendo influência menorno volume disponibilizado internamente. Assim, o que pesa mais na remuneraçãoobtida internamente é, novamente, a oferta líquida, não a queda ou aumento novolume exportado.
Isso posto e considerando-seque, de janeiro para cá, os preços do frango só têm feito recuar, pode-seconsiderar que está ocorrendo aumento de oferta? Não necessariamente, visto quehá três fatores a considerar: primeiro, a perda de capacidade aquisitiva doconsumidor em todo primeiro trimestre do ano; segundo, a sazonalidade dascarnes (período de safra), com redução de preço até, aproximadamente, meados doexercício; e, terceiro, o momento religioso do ano (ápice do período deQuaresma).
Em outras palavras, independente de qualquer aumento na oferta, essestrês fatores, em conjunto ou isoladamente, enfraquecem o mercado de carnes edeprimem seus preços – fato, aliás, observado neste instante não só com o frango,mas também com bovinos e suínos e que está sendo ainda influenciado por outrosdois fatores: de um lado, o período do mês (segunda quinzena); de outro, apressão dos varejistas em busca da baixa sinalizada a partir de desoneraçãotributária recentemente concedida pelo governo.
De toda forma é incontestávelque, mesmo permanecendo nos volumes anteriores, a atual oferta interna de carnede frango é excessiva para este momento. Não fosse isso, seus preços estariamestáveis ou em alta, pouco importando quais são os fatores negativos domomento.
Fonte: AnviSite