A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, disse na segunda-feira (1º)que não houve cancelamento de contratos para embarque de soja em função deproblemas de transportes. Segundo ela, o que ocorre é uma reprogramação dasdatas pelos produtores.
A informação foi repassada ao governo pelo setor privado. A secretáriadisse que o problema da logística preocupa e está sendo tratado pelo governofederal. A imprensa divulgou na semana passada o cancelamento de contratos dasoja brasileira para a China em função do atraso no embarque do grão nosportos.
"Não há cancelamentos de contratos. Nós acompanhamos o tema commuito interesse e a notícia que nos foi dada até agora é que há apenasreprogramação de embarques", disse a secretária durante coletiva deimprensa para comentar o resultado da balança comercial de março e o balançodas exportações e importações no primeiro trimestre do ano. O gargalo dainfraestrutura no transporte da soja e outros grãos aos portos brasileiros éuma queixa antiga dos produtores. O estado ruim da rodovia, os preços do fretee a sobrecarga dos portos são os principais problemas.
Procurado pela Agência Brasil, o presidente da Associação Nacional dosProdutores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, disse que cancelamentosde contratos não chegaram ao conhecimento da entidade. No entanto, segundo ele,os produtores podem não ter notícias a respeito pelo fato de, muitas vezes, aexportação ser feita com a intermediação de uma trading (empresa importadora eexportadora que funciona como um departamento comercial terceirizado).
"Não sei se houve cancelamento. Mas já é um absurdo a empresajogar para a frente porque não conseguiu carregar [o navio]. O mais importanteé que o problema existe e é preciso resolver. Não adianta o governo ficardizendo que foi reprogramação", disse Silveira.
Fonte: Agência Brasil