A produção de leite tornou-seuma das atividades agropecuárias mais rentáveis para as famílias rurais deSanta Catarina, que detém a segunda maior bacia leiteira do País. Os preçospagos, atualmente, aos produtores rurais tornaram-se altamente compensatóriosem razão de fatores climáticos e mercadológicos, como as secas em algumasregiões, o excesso de chuvas em outras e o aumento do preço no mercadointernacional.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de SantaCatarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, realça que o mercado mudou nos últimos30 dias.
A produção de leite continuará crescendo em Santa Catarina, prevêZordan, porque proporciona muitas vantagens aos produtores de médio e pequenoporte: garante renda mensal, permite bons volumes de produção em pequenasáreas, o risco da atividade é mínimo, os custos de produção estão caindo e aprodutividade aumentando.
Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,2 bilhões de litros/ano.Praticamente, todos os 190.000 estabelecimentos agropecuários produzem leite, oque gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodorural. O oeste catarinense responde por 60% da produção com cerca de 50.000estabelecimentos rurais.
Em consequência de intenso treinamento ofertado por algumasagroindústrias e custeado pelas agências de formação profissional – Senar,Sebrae e Sescoop – o produtor foi qualificado para a atividade leiteiratecnificada: ele deixou de ser um “tirador de leite” para transformar-se emempresário da pecuária leiteira.
O Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado(Conseleite) fixou em R$ 0,7399 o valor de referência para o litro de leite dequalidade padrão, no mês de março. Os preços de referência calculados peloConseleite para este mês, considerado o produto apanhado nas propriedadesrurais e com Funrural incluso, são os seguintes: leite acima do padrão R$0,8509; no padrão R$ 0,7399 e abaixo do padrão R$ 0,6726 por litro.
O mercado, entretanto, está pagando acima desses valores dereferência. Na compra do leite cru, os laticínios estão praticando R$0,96/litro em média, dependendo do volume entregue pelo produtor.
Prova de que o mercado está aquecido é que os preços se mantêmestáveis e na linha ascendente. Sazonalmente, de outubro a fevereiro os preçosencolhem, mas, isso não aconteceu neste ano.
FATOR URUGUAI
Apesar do otimismo do mercado, o presidente da Ocesc alerta para as“excessivas, maciças e desnecessárias importações de leite do Uruguai” queprejudicaram a cadeia produtiva brasileira de lácteos no ano passado.
Zordan assinala que as importações abusivas trazem, como consequência,o recuo da produção leiteira e o sucateamento dos laticínios e propriedadesrurais, pois os produtores, muitas vezes, são forçados a comercializar o leiteabaixo dos custos de produção.
Fonte: MBComunicação