Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentoindicam perspectivas positivas para o agronegócio brasileiro nos próximos dezanos. Além da ampliação das lavouras e do crescimento da produção de grãos, édestaque o aumento da produção de carnes – bovina, suína e aves. Segundo orelatório Projeções do Agronegócio - Brasil 2012/23 a 2022/23, lançado ontem(27), a produção de carnes deverá crescer 35% no período. De acordo com oestudo, o responsável pela expansão será o crescimento do consumo, sobretudointerno.
Pelas previsões, em relação aos números deste ano, mais 9,3 milhões detoneladas de carnes serão produzidas no país em dez anos, com o total passandode 26,5 milhões de toneladas para 35,8 milhões de toneladas. Quanto ao consumode carnes, o relatório projeta aumento de 3,6% ao ano, no período 2013-2023.
As carnes fazem parte de uma cesta mais diversificada, que começa a seformar com o aumento de renda das populações, tanto da população mundial quantoda população local, disse o coordenador geral de Planejamento Estratégico doMinistério da Agricultura, José Garcia Gasques. "O produto estádiretamente relacionado ao aumento da renda: se a renda aumenta, aumenta tambémo consumo de carne", explicou Gasques.
O relatório do Ministério da Agricultura estima papel importante domercado interno no aumento da produção de carnes. Pelo estudo, 58,8% daprodução de frango serão destinados ao consumo interno no período avaliado. Dototal de carne bovina produzida, 75% irão para o mercado interno. Quanto àcarne suína, 82,3% serão destinados ao consumo local.
No que diz respeito à exportação, as projeções indicam aumento de13,7% a 59,5% para o frango, de 28,9% a 110,5% para a carne bovina e de 29,4% a87,3% para suína. O relatório diz que os principais compradores deverão ser osEstados Unidos, seguidos de países africanos, da Rússia e do Japão.
O relatório vê possibilidade de crescimento nos demais setores doagronegócio: a produção de grãos deverá passar de 184,2 milhões de toneladas em2012/13 para 222,3 milhões em 2023, com potencial de produção que pode chegar a274,8 milhões de toneladas. Isso significa um acréscimo à oferta entre 20,7% e49,2% na próxima década.
A área plantada de grãos deverá expandir-se entre 8,2% e 30,3%,passando de 53 milhões de hectares em 2013 para 57,3 milhões de hectares em2023. De acordo com o relatório, no limite extremo, a área plantada iria para69 milhões de hectares. Já a área total plantada com lavouras deverá passar de67 milhões de hectares em 2013 para 75,5 milhões em 2023. A expansão estáconcentrada no crescimento da soja, 6,71 milhões de hectares, e decana-de-açúcar, 2,2 milhões. O milho também deve ter expansão de área por voltade 1 milhão de hectares.
Arroz, mandioca, trigo, feijão e café mantêm-se praticamente semalteração ou perdem área.
"Queremos superar o que está aqui nas projeções", disse oministro da Agricultura, Antônio Andrade.
Segundo o ministro, o aumento na produção decorre principalmente peloaumento da produtividade, e não das áreas de cultivo. Isso significa que oprodutor está preocupado com a sustentabilidade, o que, para o ministro, épositivo. "Aumentamos pela produtividade, e não pelas novas áreas, issonos dá uma tranquilidade muito grande", disse Andrade.
Fonte: Agência Brasil