As cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago trabalham em alta essa sexta-feira (18). Ontem (17), em um pregão com bastante volatilidade, os futuros da oleaginosa realizaram lucros e encerraram o dia em baixa. Por volta das 10h40 (horário de Brasília) os preços operavam com pequenas altas de mais de 6 pontos nos principais vencimentos. Milho e trigo também operam do lado positivo da tabela.
Para o analista da Cerealpar, Steve Cachia, o mercado registrou uma semana relativamente positiva, após a divulgação dos números no relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Mas, a volatilidade deve permanecer nas sessões das próximas semanas.
“O mercado deve alternar altas e baixas, porém com viés de tentar buscar níveis de preços melhores. Apesar da expectativa de uma safra cheia na América do Sul, o mercado encontra suporte na demanda forte e agressiva, especialmente, por parte da China e de uma situação de estoques norte-americanos apertados”, afirma.
A situação climática na América no Sul, especialmente, na Argentina, também exerce uma pressão positiva sobre os preços em Chicago. A previsão é de clima mais seco para o país, o que pode prejudicar a produtividade da produção de soja argentina, reduzindo ainda mais a oferta mundial.
Em tempos em que os estoques globais estão historicamente baixos, o analista sinaliza que só uma possível redução na disponibilidade do grão já é o suficiente para gerar especulações no mercado. No entanto, à medida que o clima voltar a ser favorável para as lavouras no hemisfério sul, o prêmio climático sobre as cotações tendem a recuar.
Em decorrência desse cenário, Cachia destaca que, há espaços maiores para uma alta, principalmente, na soja. “Acredito, que o mercado da oleaginosa nos EUA irá entrar um processo de racionamento da demanda, através do aumento nos preços”, relata.
Já no caso do milho, a tendência é que as cotações futuras acompanhem a recuperação iniciada nos preços da soja, haja vista que o cereal está em um estágio onde se torna necessário o racionamento da demanda frente, assim como na soja, a estoques bastante ajustados.
A quebra na safra do milho norte-americano foi expressiva, e a demanda interna para etanol e ração permanece forte. “Então, o fator dos EUA exportar pouco milho não chega a assustar tanto, pois não vamos ter o produto suficiente para exportar e atender a demanda interna”, explica Cachia.
Fonte: Notícias Agrícolas